quinta-feira, 25 de abril de 2013

Chico Xavier

Francisco de Paula Cândido, nascido em 2 de abril de 1910, Pedro Leopoldo, MG, desencarnou em 30 de junho de 2002, com (92 anos), em Uberaba, MG, Médium; Filantropo; Expoente do Espiritismo; Caixeiro de armazém; Operário em fábrica de tecidos; Datilógrafo. Francisco de Paula Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier foi um dos mais importantes divulgadores do Espiritismo. Seu nome de batismo, Francisco de Paula Cândido, em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, foi substituído pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier logo que psicografou os primeiros livros, mudança oficializada em abril de 1966, quando chegou da sua segunda viagem aos Estados Unidos. Chico só estudou até a 4ª série do ensino fundamental, entretanto, psicografou 458 livros abrangendo vários gêneros e estilos literários, tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares e sendo o "escritor" brasileiro mais prolífico e de maior sucesso da história, mas sempre cedeu os direitos autorais dos livros para instituições de caridade e organizações espíritas com o compromisso de destinarem recursos a tarefas de socorro à populações carentes. Também psicografou cerca de dez mil cartas, nunca tendo cobrado algo ao destinatário. 

Chico Xavier vem recebendo grandes homenagens no Brasil e em outros países, por exemplo: Em 1981 e 1982 foi indicado ao prêmio Prêmio Nobel da Paz, tendo seu nome conseguido cerca de 2 milhões de assinaturas no pedido de candidatura; Em 2000, foi eleito O "Mineiro do Século XX", em um concurso realizado pela Rede Globo Minas; Em 2006 foi eleito o "Maior Brasileiro da História" em pesquisa feita pela Revista Época e em 2012 foi eleito o O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, em concurso realizado pelo programa homônimo do SBT, cujo objetivo foi "eleger aquele que fez mais pela nação, que se destacou pelo seu legado à sociedade." 

Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica. Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles. 

A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob a alegação de que o "menino tinha o diabo no corpo". Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade. O menino viu-a após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava-lhe "paciência, resignação e fé em Jesus". 

O seu pai casou-se novamente e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a trabalhar vendendo os legumes da horta da casa. 

Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco continuaram a causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário, afirmou ter visto um homem, que lhe ditou as composições escolares, mas ninguém lhe deu crédito e a própria professora não se importou. Uma redação sua ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida. Desafiado a provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito. 

A madrasta Cidália pediu a Francisco que consultasse o espírito da falecida mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho que, posto em prática, levou ao fim dos furtos. 

Assustado com a mediunidade do jovem, o seu pai cogitou em interná-lo. O padre Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a internação, tratando-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no trabalho. 

Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida. No ano de 1924, terminou o antigo curso primário e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. 

Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos. Em 1927, então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco iniciou-se no estudo do espiritismo. No mês de maio desse mesmo ano, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. 

Em junho, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade de seu irmão. Em julho, por orientação dos espíritos benfeitores, iniciou-se na prática da psicografia, escrevendo dezessete páginas. Nos quatro anos subsequentes, aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931. Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, somente identificados a partir de 1931. 

Em 1928, começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.[19] Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra Parnaso de Além-Túmulo. Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel, Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publius Lentulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do Brasil. Em 1932, foi publicado o Parnaso de Além-Túmulo pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos críticos. Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Nesse período, inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda nesse período, descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou pelo resto da vida. 


Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer privilégios dos espíritos. Em 1955, Chico Xavier conheceu pessoalmente o médium e então estudante de Medicina Waldo Vieira, o que resultou em uma parceria espírita - que durou até 1966 - na qual psicografaram 17 livros em comum . Em 1959, Chico estabeleceu residência em Uberaba (onde viveu até a falecer), continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a década de 1960, como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia, as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos. Nesse período, popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. 

Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade. Chico Xavier é o brasileiro que mais recebeu títulos de cidadão honorário na história. Dezenas de cidades brasileiras o concederam esse título.Há filmes e documentários que retratam bastante a vida dele, como Chico Xavier, As Mães de Chico Xavier e As Cartas Psicografadas Por Chico Xavier. Busto do médium na "Praça Chico Xavier", em sua cidade natal, Pedro Leopoldo. Foram escritas mais de cem biografias sobre Chico Xavier. A mais famosa é "As Vidas de Chico Xavier", escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior. Cantores como Roberto Carlos, Gilberto Gil, Fábio Júnior, Moacir Franco, Nando Cordel e Vanusa compuseram músicas em homenagem ao médium. 

A Federação Espírita Brasileira ja promoveu diversas homenagens a ele, como por exemplo o "Projeto Centenário Chico Xavier". Em 1980 a Prefeitura de Pedro Leopoldo batizou uma praça municipal com o nome "Chico Xavier" e em 2004 ornamentou um busto do médium na praça. Em 1981 e 1982, Chico foi indicado ao prêmio Prêmio Nobel da Paz, tendo havido uma mobilização de cerca de dois milhões de pessoas que deram suas assinaturas em todo Brasil e em organizações de 28 países pedindo o Nobel da Paz para ele. Em 1999 a Prefeitura de Pedro Leopoldo instituiu a "Comenda da Paz Chico Xavier", por decreto do Governo do Estado de Minas Gerais Em 2000 Chico foi eleito o "Mineiro do século XX", seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, em um concurso popular realizado pela Rede Globo Minas, concerto em homenagem a Chico Xavier no 3º Congresso Espírita Brasileiro (2010). 

Em 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico Xavier - O Filme, baseado na biografia As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, Chico Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975. O filme alcançou a marca de 3,5 milhões de espectadores nos cinemas. Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito Emmanuel. Chico Xavier psicografou 458 livros, sendo 39 publicados após a morte. Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros. Vendeu mais de cinquenta milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês,esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim,sueco e braile. Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famílias, nunca tendo cobrado por isso. Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade desde o primeiro livro. 

Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira. 


Mesmo não tendo ensino fundamental completo, ele escrevia em torno de seis livros por ano, dentre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias etc. É o escritor mais lido da América Latina (nota: ano de 2010). Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, dentre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro e os brasileiros Olavo Bilac, Castro Alves e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932. O livro gerou muita admiração e polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicado no ano de 1944, atualmente com mais de dois milhões de cópias vendidas, atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da "Coleção A Vida no Mundo Espiritual " que é composta por 13 livros, todos psicografados por Chico Xavier, alguns deles em parceria com o médico e médium mineiro Waldo Vieira. Sete livros psicografados por Chico Xavier estão incluídos na lista "os dez melhores livros espíritas publicados no século XX", realizada através de uma pesquisa feita em 1999 pela "Candeia Organização Espírita de Difusão e Cultura". Nosso Lar está na primeira posição. 

Uma das psicografias mais famosas de Chico, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz, que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de Maurício teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente. Depoimentos psicografados por Chico Xavier também foram aceitos como provas válidas em outros cinco casos de julgamento jurídico. Algumas frases do Chico xavier: 



























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